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Uro-Oncologia: uma abordagem abrangente para o tratamento do câncer

A uro-oncologia é uma especialidade, dentro da Urologia, que diagnostica e trata pacientes com tumores malignos no trato urogenital. Isso incluir o câncer de próstata, câncer de bexiga, câncer renal, câncer de testículo, câncer de ureter e adrenal (supra-renal) e outros tipos menos comuns de câncer urogenital.
Com o aumento da expectativa de vida e a melhoria das técnicas de diagnóstico, a incidência de câncer urogenital tem aumentado, tornando a uro-oncologia uma área de grande importância na medicina.

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre os homens e é uma das principais áreas de estudo da uro-oncologia. Nos últimos anos, houveram avanços significativos no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, incluindo testes de rastreamento mais preciso, como o PSA (antígeno prostático específico), e novos tratamentos, como a terapia de radiação focalizada.
A investigação é recomendada a partir dos 40 anos, para pacientes que tenham histórico familiar de câncer de próstata, pacientes da raça negra, pacientes obesos, e pacientes que possam apresentar fatores de risco. Para pacientes sem esses fatores, podemos iniciar aos 45 anos.

Isso não significa que não exista esse tipo de tumor antes dos 40 anos, mas ele é menos provável.

O câncer de bexiga é o quinto tipo mais comum de câncer nos Estados Unidos e é frequentemente associado ao tabagismo. Esse tipo de tumor, normalmente ocorre na mucosa da bexiga, e o tratamento é feito através de uma cirurgia endoscópica (Ressecção Transuretral de Bexiga – RTUB), com uma chance boa de cura, quando encontrado em fases iniciais.
Esse tumor volta com grande frequência e para evitar isso, às vezes e necessário fazer uma terapia com instilação de BCG (bacilo de Calmette-Guérin, ou Bacilo da Tuberculose), ou um quimioterápico, dentro da bexiga, que causam uma “descamação” da bexiga, evitando assim o retorno do tumor. Em casos de tumores que invadem o músculo da Bexiga, o tratamento padrão é a cirurgia de remoção da bexiga e próstata, que pode ser feita através da cirurgia robótica e normalmente é associada ao tratamento quimioterápico. Mas a quimioterapia, associada a radioterapia também pode ser utilizada em casos selecionados.

O câncer renal é menos comum do que o câncer de próstata ou de bexiga. Mas pode ser muito agressivo e difícil de tratar em estágios avançados. Normalmente ele é diagnosticado, em aproximadamente 85-90% das vezes, na forma inicial, devido ao check-up com exames de imagem (ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética). As opções de tratamento para o câncer renal incluem cirurgia, radioterapia e imunoterapia, sendo que a remoção cirúrgica é considerada o principal tratamento e na atualidade, pode ser feita através da cirurgia robótica, com excelentes resultados. Tratamentos menos invasivos, como a crioablação e a radiofrequência, podem ser também utilizados em casos selecionados. Esses tratamentos são feitos, através da pele e guiado por ultrassom ou tomografia, coloca-se uma agulha na lesão e estas são “queimadas” e também atingem uma boa taxa de cura, mas deve ser bem selecionado caso a caso.

O câncer testicular é relativamente raro, mas é o câncer mais comum em homens jovens, entre 15 e 35 anos. Ele é identificado através do aumento do testículo e pode ser melhor avaliado pelo ultrassom, em caso de dúvidas. Apesar de ser um câncer que cresce rapidamente, e portanto precisar de um tratamento rápido, ele é um tumor que atinge taxas de cura extremamente altas. O tratamento padrão para o câncer testicular é a cirurgia para remover o testículo afetado, seguida por quimioterapia ou radioterapia, se necessário.

Portanto, os médicos especializados em uro-oncologia são treinados para diagnosticar e tratar esses tipos de câncer, bem como trabalhar em estreita colaboração com outros especialistas, como oncologistas clínicos, radiologistas e radioterapeutas, para desenvolver planos de tratamento abrangentes para cada paciente.

Com o aumento da incidência de câncer urogenital, é vital que os pacientes tenham acesso a médicos especialistas para garantir o melhor tratamento possível.

Dr. Carlo Passerotti
Dr. Carlo Passerotti

Estudou Medicina na Escola Paulista de Medicina (EPM), e também, mestrado e Doutorado, na Universidade Federal de São Paulo. Pós-doutorado em cirurgia robótica na Harvard Medical School, Boston, onde foi o primeiro brasileiro a ser certificado e treinado em cirurgia robótica. Atualmente é Professor Livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP, orientador na pós-graduação da Universidade de São Paulo, e coordenador do serviço de Urologia e Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.