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O que é a hiperplasia prostática?

A hiperplasia prostática é uma condição comum em homens a partir dos 40 anos e quanto maior a idade, mais frequente fica. E ocorre quando a próstata cresce e pressiona a uretra, causando sintomas urinários que podem gerar incômodos. Felizmente, existem muitas opções de tratamento disponíveis para aliviar esses sintomas.

A hiperplasia prostática benigna, também conhecida como próstata aumentada, é uma condição comum que afeta os homens à medida que envelhecem. Nessa condição, a glândula prostática, localizada logo abaixo da bexiga, começa a crescer de forma excessiva. Essa hiperplasia é benigna, o que significa que não é um câncer de próstata, mas pode causar sintomas que afetam a qualidade de vida do paciente.

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e desempenha um papel importante na produção do fluido seminal. Durante o processo de envelhecimento, as células da próstata começam a se multiplicar mais rapidamente do que o normal, resultando no aumento do tamanho da glândula. Embora a causa exata da HPB não seja completamente compreendida, acredita-se que fatores hormonais, genéticos e ambientais possam desempenhar um papel no seu desenvolvimento.

À medida que a próstata aumenta de tamanho, ela começa a pressionar a uretra, o canal que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo. Esse estreitamento da uretra pode levar a uma série de sintomas urinários, como:

  1. Dificuldade em iniciar a micção;
  2. Fluxo urinário fraco ou interrompido;
  3. Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
  4. Aumento da frequência urinária;
  5. Necessidade urgente de urinar;
  6. Acordar frequentemente durante a noite para urinar (nictúria);
  7. Gotejamento pós-miccional.

Esses sintomas ocorrem porque o estreitamento da uretra dificulta a passagem livre da urina, levando a uma maior dificuldade para esvaziar completamente a bexiga. A HPB não tratada pode levar a complicações, como infecções do trato urinário, retenção urinária aguda (incapacidade de urinar) e problemas renais.

Quanto aos riscos associados à HPB, é importante destacar que a condição não está diretamente relacionada ao câncer de próstata. No entanto, os homens com HPB podem ter um risco ligeiramente aumentado de desenvolver câncer de próstata. Portanto, é essencial que os homens com HPB sejam acompanhados regularmente por um médico, para monitorar sua condição e realizar exames de rotina, como o exame de toque retal e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), que podem ajudar a detectar precocemente o câncer de próstata, caso esteja presente.

Existem várias opções de tratamento disponíveis para a HPB, que variam de acordo com a gravidade dos sintomas e o impacto na qualidade de vida do paciente. O tratamento pode incluir medicamentos para reduzir o tamanho da próstata, melhorar o fluxo urinário e aliviar os sintomas, ou procedimentos cirúrgicos para remover parte ou toda a próstata. O objetivo desses tratamento é principalmente evitar que o “entupimento” do canal, venha a prejudicar a bexiga e os rins.

Vamos abordar algumas das opções de tratamento:

  1. Monitoramento: Para casos menos graves, em que os sintomas não são muito incômodos, o médico pode recomendar o monitoramento ativo. Isso envolve acompanhar regularmente a progressão da HBP, realizando exames e avaliações periódicas para garantir que a condição não esteja piorando.
  2. Medicamentos: Alguns medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas da HBP. Os bloqueadores alfa-adrenérgicos relaxam os músculos da próstata e do colo da bexiga, facilitando a passagem da urina. Já os inibidores da enzima 5-alfa-redutase reduzem o tamanho da próstata ao inibir a produção de um hormônio chamado di-hidrotestosterona (DHT) que está relacionado ao crescimento da glândula prostática.

No entanto, é importante estar ciente de que os medicamentos podem ter efeitos colaterais, como tontura, diminuição da pressão arterial, ejaculação retrógrada (quando o sêmen entra na bexiga em vez de ser ejaculado pelo pênis) e disfunção erétil. É necessário avaliar com seu médico se os benefícios superam os riscos no seu caso.

  1. Procedimentos Minimamente Invasivos: Outra opção de tratamento para a HBP é a realização de procedimentos minimamente invasivos. Esses procedimentos visam reduzir o tamanho da próstata ou melhorar o fluxo urinário sem a necessidade de cirurgia aberta. Alguns exemplos são:
    • Técnica com Vapor de Água: Através de um procedimento simples, pelo canal, o vapor de água é injetado, diretamente na próstata, causando uma “queimadura” que vai fazer uma retração da próstata, aliviando assim o jato de urina e melhorando os sintomas. A grande vantagem é diminuir o risco de ejaculação retrograda, em relação aos outros tratamentos. 
    • Ablação com laser: utiliza-se um laser para remover o tecido prostático excessivo.
    • Embolização da artéria prostática: bloqueia-se as artérias que irrigam a próstata, diminuindo seu tamanho.
    • Ressecção transuretral da próstata (RTU-P): uma pequena ferramenta é inserida pela uretra para remover o excesso de tecido prostático.

Embora esses procedimentos sejam considerados menos invasivos do que a cirurgia aberta, ainda existem alguns riscos associados, mas é importante enfatizar, que diferentemente da cirurgia para o câncer, estes procedimentos dificilmente causam incontinência ou impotência, mas com grande frequência, causam ejaculação retrograda.

  1. Cirurgia: Em casos de próstata maiores, a cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica, pode ser necessária. Chamadas de Prostatectomia Transvesical (PTV) ou Prostatectomia à Millin, são técnicas, que podem ser executadas tanto através de uma incisão ou por meio da cirurgia robótica.

A cirurgia envolve alguns riscos, mas com certeza, elas proporcionar um grande alivio nos sintomas da HBP e melhora importante da qualidade de vida.

É importante ressaltar que a escolha do tratamento para a HBP deve ser feita em conjunto com o médico, considerando a gravidade dos sintomas, a saúde geral do paciente e seus desejos individuais. Cada tipo de tratamento possui seus próprios riscos e benefícios, e o médico será capaz de orientar sobre a opção mais adequada para cada caso.

Dr. Carlo Passerotti
Dr. Carlo Passerotti

Estudou Medicina na Escola Paulista de Medicina (EPM), e também, mestrado e Doutorado, na Universidade Federal de São Paulo. Pós-doutorado em cirurgia robótica na Harvard Medical School, Boston, onde foi o primeiro brasileiro a ser certificado e treinado em cirurgia robótica. Atualmente é Professor Livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP, orientador na pós-graduação da Universidade de São Paulo, e coordenador do serviço de Urologia e Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.