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Compreendendo a Hiperplasia Prostática Benigna

Especialista explica as causas, sintomas e tratamento
Créditos: Pixabay
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A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é uma condição comum em homens e quanto maior a idade, mais frequente fica, e é caracterizada pelo crescimento excessivo da próstata. A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz localizada abaixo da bexiga, e ela abraça o canal da urina (uretra). À medida que os homens envelhecem, a próstata pode aumentar de tamanho e comprimir a uretra, causando sintomas irritativos ou obstrutivos.

A HPB é uma condição benigna, o que significa que não é causada por um câncer e não aumenta o risco de desenvolver câncer de próstata. No entanto, os sintomas da HPB podem ser incômodos e interferir muito na qualidade de vida do paciente. 

Os sintomas irritativos incluem aumento da frequência urinária, urgência para urinar, dor ao urinar, entre outros sintomas. Já os sintomas obstrutivos, são normalmente decorrentes de uma dificuldade para o esvaziamento completo, e causam aumento da micção noturna e sensação de que a bexiga não está completamente vazia após urinar. 

O diagnóstico da HPB é feito por meio de um exame físico, incluindo um exame retal para avaliar o tamanho da próstata,  exames laboratoriais para avaliar a função renal e níveis de PSA (antígeno prostático específico) e exames de imagem, como a ultrassonografia, ressonância magnética e/ou a fluxometria livre, escolhidos, caso a caso. Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia da próstata para descartar a presença de celular cancerosas. 

Existem várias opções de tratamento para a HPB, dependendo da gravidade dos sintomas e do tamanho da próstata. O tratamento pode incluir medicamentos para relaxar os músculos da próstata, ou até medicamentos para tentar diminuir o tamanho da próstata, com a finalidade de melhorar o fluxo urinário, e em casos selecionados, pode ser necessário um tratamento cirurgico para remover parte da próstata. 

Os medicamentos mais comuns usados para tratar a HPB incluem inibidores da 5-alfa-redutase e alfa bloqueadores. Os inibidores da 5-alfa-redutase ajudam a reduzir o tamanho da próstata, enquanto os bloqueadores alfas relaxam os músculos da próstata e da bexiga, melhorando o fluxo urinário.

Aa cirurgias para remover parcialmente a próstata, envolvem diversas técnicas, sendo que a mais conhecida é a resseção transuretral da próstata (RTU). A RTU é um procedimento minimamente invasivo, onde o tecido da próstata é removido através de uma cirurgia feita pela uretra. Existem diversas fontes de energia, para realizar esse tipo de procedimento, através da utilização de energia de forma monopolar (mais antiga), bipolar (mais recente), laser que fazem a vaporização do tecido prostático (Green Laser) e outras terapias para remoção como o Holep. 

Atualmente tem surgido diversas novidades para o tratamento da hiperplasia e a mais recente novidade, é a utilização de vapor de água (Rezum), que através de um procedimento simples e rápido, pode trazer um grande benefício para o paciente, quase sem riscos de incontinência, impotência e ejaculação retrograda (a ejaculação voltar para a bexiga e não sair durante o ato sexual), que são efeitos colaterais possíveis, em qualquer tratamento da próstata. 

Em conclusão, a HPB é uma condição comum, sendo que praticamente todos os homens irão apresentar, com o passar dos anos e que podem piorar muito a qualidade de vida, oou até comprometer a bexiga e os rins. O tratamento pode incluir medicamentos ou cirurgia, dependendo da gravidade dos sintomas e do tamanho e lembrando que o tratamento da hiperplasia, diferentemente do tratamento do câncer, dificilmente causa impotência ou incontinência, mas pode causar ejaculação retrograda.

Dr. Carlo Passerotti
Dr. Carlo Passerotti

Estudou Medicina na Escola Paulista de Medicina (EPM), e também, mestrado e Doutorado, na Universidade Federal de São Paulo. Pós-doutorado em cirurgia robótica na Harvard Medical School, Boston, onde foi o primeiro brasileiro a ser certificado e treinado em cirurgia robótica. Atualmente é Professor Livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP, orientador na pós-graduação da Universidade de São Paulo, e coordenador do serviço de Urologia e Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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