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Atendimento urológico em mulheres: uma abordagem especializada 

urologia

O campo da urologia, frequentemente associado ao tratamento de condições masculinas, abrange também desafios e tratamentos específicos para mulheres, que enfrentam questões únicas em relação à saúde renal e do trato urinário. Aqui, destacamos a importância de uma abordagem especializada e consciente ao tratar suas pacientes femininas, enfatizando a necessidade de superar estigmas e promover a saúde integral. 

Desafios particulares das mulheres 

Mulheres enfrentam desafios específicos em relação à saúde renal, muitos dos quais decorrem de hábitos cotidianos e questões sociais. A relutância em utilizar banheiros públicos, por exemplo, pode levar a uma retenção urinária excessiva, aumentando o risco de infecções urinárias. “A mulher, na maioria das vezes, tem hábitos mais restritos intestinais e urinários, segurando para ir ao banheiro, o que pode aumentar o risco de retenção e também de infecções de urina”, explica Dr. Passerotti, enfatizando a necessidade de conscientização sobre esses hábitos e seus impactos na saúde urológica. 

Dieta e Litíase Renal  

A relação entre dieta e a formação de cálculos renais é inegável. Em países com alto consumo de alimentos industrializados e ricos em sal, há uma maior incidência de cálculos renais. Dr. Passerotti recomenda, como medida principal, o aumento da ingesta de líquidos e dentre eles, sucos ricos em citrato, como o de limão, que ajudam a prevenir a formação de pedras de cálcio, destacando a importância de uma dieta equilibrada e saudável na prevenção dessa condição. Ainda, todos pacientes questionam a quantidade de líquido e o mais importante é manter-se hidratado, ou seja quando olhamos para a cor da urina, ela deveria ser bem clarinha.

Sintomas e tratamento 

Os sintomas de litíase renal podem variar, mas a dor é um indicativo claro da condição, podendo ser acompanhada de ardência ao urinar, especialmente se houver uma infecção concomitante. Dr. Passerotti salienta que a abordagem ao tratamento depende do tamanho e localização do cálculo, com os avanços tecnológicos permitindo procedimentos menos invasivos, na maioria das vezes, através do canal da urina, com pequenos equipamentos e a utilização de laser, para quebrar as pedras e que substituíram cirurgias abertas. 

Monitoramento e cuidados pós-operatórios 

O acompanhamento pós-operatório é essencial para evitar a recorrência dos cálculos, até 70% dos pacientes, podem apresentar recorrências, nos próximos 10 anos. “Infelizmente, não tem como garantir, que não apresentaremos mais cálculos”, comenta Dr. Passerotti, mesmo após a remoção. O uso de cateteres, como o duplo J, é comum durante a recuperação, para diminuir a chance de qualquer problema no ureter e na saída da urina dos rins e normalmente causam um pouco de desconforto.  

Em casos selecionados, faz-se necessário um estudo metabólico e a análise do cálculo, quando possivel, para entender melhor a sua formação e ainda tentar auxiliar na prevenção. Muitos pacientes questionam sobre drogas, ou substâncias que possam dissolver os cálculos e isso, na verdade não existe, mas os cálculos de ácido úrico, podem se dissolver quando alteramos o pH da urina, mas o dificil é ter a certeza de que o cálculo não é uma mistura de diversos tipos de sais. 

A prevenção, através da hidratação adequada e ajustes na dieta, é sempre o melhor caminho. 

Dr. Carlo Passerotti
Dr. Carlo Passerotti

Estudou Medicina na Escola Paulista de Medicina (EPM), e também, mestrado e Doutorado, na Universidade Federal de São Paulo. Pós-doutorado em cirurgia robótica na Harvard Medical School, Boston, onde foi o primeiro brasileiro a ser certificado e treinado em cirurgia robótica. Atualmente é Professor Livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP, orientador na pós-graduação da Universidade de São Paulo, e coordenador do serviço de Urologia e Cirurgia Robótica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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